1923: Douglas
Norris Nelsen nasce em 27 de novembro, na cidade de São Paulo
1923–1945:
Oriundo de família de muitas posses, devido à crise de 1929 passa da riqueza à
extrema pobreza. Sua tia materna, que o criou, introduz Douglas no universo da arte. Música clássica, pintura e literatura fazem parte de sua formação.
Estuda
em colégio público e mora na região do Paraíso, rua Vergueiro, onde convive com
operários, imigrantes e seus filhos. Seus irmãos mais velhos, Roberto Carlos e
Nadyr, também influenciam sua formação, principalmente o primeiro, militante
comunista, preso sob o governo de Getúlio Vargas. Douglas irá se definir ao
longo da vida como um humanista com simpatias pelo socialismo.
Esportista
nato, destaca-se em diversas modalidades: ginástica, musculação, luta
greco-romana, salto ornamental e natação. Milita no Clube de Regatas Tietê.
1945–1954: Dedica-se
à luta livre profissional para sobreviver e para poder aprofundar-se no canto
lírico, carreira que se encerra precocemente, devido a problemas nas cordas
vocais, que o leva a recusar convite para cantar na Itália. Nesse período começa a dedicar-se ao desenho
e à pintura como autodidata.
1955–1957:
Trabalha como ator em diversas peças de teledramaturgia na TV Vanguarda (TV
TUPY) e em filmes para cinema, atuando ao lado dos principais atores e atrizes
da época, como Lima Duarte, Dionísio Azevedo, Alberto Ruschel, Lolita
Rodrigues, Mazzaropi e Odete Lara. Em 1957, ganha o prêmio Governador do
Estado, pela sua atuação no filme “Paixão de Gaúcho”, dirigido por Walter G.
Durst e Cassiano Gabus Mendes. Paralelamente, continua suas pesquisas em
desenho e pintura.
1957: É
apresentado ao artista plástico Raphael Galvez, com quem muito se identifica. Logo após esse encontro,
abandona a carreira de ator e, para sobreviver, passa a ministrar aulas
particulares de ginástica, atividade que exercerá ulteriormente. Inicia uma
fase de trabalhos sob orientação de Galvez. Seu caminho será, a partir daí,
voltado para as artes plásticas.
1957–1985: Com o
valor do prêmio recebido casa-se, em 1959, com Zuleika, sua companheira por
toda a vida. Em 1962 nasce o filho do casal, Igor.
Recluso,
Douglas cultiva diferentes técnicas:
pintura, gravura, mosaico, escultura e desenho. Realiza extensa e contínua
produção, sem interesse em divulgá-la ou comercializá-la. O trabalho em gravura
estende-se da década de 1950 ao final da de 1970. O trabalho em pintura
estende-se até os anos de 1990. O mosaico o ocupa por um período curto,
episódico, mas intenso, durante todo o ano de 1973. O desenho é uma técnica
permanentemente trabalhada, até poucos meses antes de sua morte.
1985- 1988: Após
quase trinta anos de reclusão, realiza, em 1985, sua primeira exposição
individual no SESC da Avenida Paulista – São Paulo. Em 1987 realiza a segunda e
última mostra individual, na mesma
galeria.
Comercializa diversos trabalhos em Leilões de arte e
galerias. Dois episódios, no entanto,
fazem com que retorne à reclusão: o furto de trabalho seu, exposto em
galeria; a não realização de uma exposição de trabalhos por ele doados para
importante instituição beneficente. A renda proveniente da mostra deveria ser
revertida para a instituição, mas o compromisso de realizar o evento não só não
é cumprido, como os trabalhos
desaparecem, não sendo mais localizados. Em função desses acontecimentos,
retira todas as obras expostas em galerias
e leilões e desiste de realizar novas exposições.
1985–2010:
Aposenta-se. Mantem o foco no desenho e na pintura. Essa segunda linguagem é
mais explorada nas décadas de 80 e 90.
Passa a escrever poemas e contos.
2010: Falece no
dia 9 de setembro em São Paulo, após complicações cardiorrespiratórias
2011–2015: Suas
obras participam de várias exposições coletivas do Projeto VI(VER), em museus,
galerias e centros culturais de São Paulo, Atibaia, Caraguatatuba, Jundiaí,
Guarulhos, Tatuí, Praia Grande e Botucatu.
2016: É
realizada a primeira exposição individual póstuma, no Museu Histórico Paulo
Setúbal, Tatuí, SP. Curadoria Hélio Schonmann